Afinal de contas, o que é ter empatia?
- Cecília Castro Gomes
- 21 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de mar. de 2021
A definição que mais circula por aí é que empatia é a capacidade de alguém se colocar no lugar do outro, sentir o que o outro sente e, somente assim, ser possível compreender e acolher genuinamente essa pessoa em seu sofrimento. Acontece que nós nos diferenciamos uns dos outros pela nossa trajetória e percepção em relação às situações da vida. Cada um vai experimentando e sentindo de um jeito muito singular e subjetivo. Claro que existem vivências muito parecidas, o que nos faz sentir parecido, mas e quando é algo muito distante das minhas experiências? Foi durante a minha passagem como voluntária do CVV (Centro de Valorização da Vida) que eu pude perceber o quanto não sabemos sobre empatia. Lá eu constatei na prática que com algumas pessoas, aquelas cujas histórias em algum momento tinham algo em comum com a minha, eu conseguia sentir algo que ela poderia estar sentindo, mas outras, aquelas que não conseguia fazer essa ligação, eu simplesmente não conseguia ser empática e me sentia muito mal por isso.
Foi nessa época que eu comecei a entender que talvez a definição de empatia não estava totalmente correta e que era mais do que aquilo que sabia até ali. Eu entendi que empatia não é você tentar se colocar no lugar do outro para sentir o que ele está sentindo, pois essa tarefa seria humanamente impossível. Em vez disso, praticar a empatia seria eu me colocar ao lado do outro sem a pretensão de ser ele por alguns minutos ou sentir o que ele sente, mas somente estar com ele pelo tempo que ele precisar para atravessar qualquer que seja o sofrimento que ele esteja passando. Dessa forma, eu continuo sendo eu, no meu lugar, com os meus sentimentos e ele continua sendo ele, mas agora com a possibilidade de não estar mais sozinho com o que o fere.
A empatia que falta na humanidade é justamente essa capacidade de, primeiramente, olharmos, percebermos o outro em sua totalidade, não somente como ele se apresenta. O outro como alguém com uma história de lutas, alegrias, sofrimentos, altos e baixos. Depois desse olhar, praticar a empatia seria dar ao outro a sua mão, o seu ombro, o seu colo... Não importa, seria doar-se inteiramente para que o outro sinta-se acolhido e amparado de alguma forma e que não está sozinho.
O primeiro passo para treinarmos a empatia é pararmos de nos colocar como centro de tudo, onde nossas necessidades são prioritárias e começarmos a perceber o nosso entorno. Tem um vídeo que exemplifica muito bem isso e eu vou colocar aqui para vocês entenderem melhor sobre isso.
E você, como vê e sente essa tal empatia? Me conta aqui nos comentários.
Um abraço e até a próxima.
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